eu reto com os pensamentos sem cor.
enquanto os fastasmas de duchamp jogam xadrez,
eu me comovo com meus
spans
que jogam em minha cabeça

e não há quem diga:
que essa vida afora desejo
é o leito agonizante que a fêmea esconde
ao ser indagada
e responde arteira pelo solfejo
dor mi só
***
http://aduna.free.fr/aduna.blog/blog.htm
tem esse blog só com música africana. ainda não posso indicar nada, porém adianto que a áfrica é minha nova fissura.
a cabeça sempre funciona muito mais do que deveria. ouvi essa frase e pensei na instantaneidade das imagens que surgiam enquanto escutava a frase. sempre páro e penso além da cota cedida pelos normais do circo flutuante. pensar já é um ato não-estéril e abre as possibilidades para outros pensamentos, como uma caixa que não possui fundo ou um grande edifício para o olhar de uma criança de 3 anos. - mas é tão alto!
nesses rápidos minutos eu penso que alguns aromas ou imagens me deixam tristes. ou poderiam não deixar, caso eu não estivesse pensando neles. pensar nos deixa sensivelmente ligados nos sentidos que o pensamento provoca.
antes, porém, eu achava que rosas tinham um perfume que me despertava a dor. ainda penso que rosas despertam dor pelo aroma que exalam, pois associo a imagem no pensamento com o cheiro que não preciso sentir para ficar triste.
não era sobre isso.
solidão e falta de perspectivas são temas que sempre penso, apesar de não ficar triste ao pensar. dois filmes não me saem da cabeça. Sarabanda, do bergman. apenas 4 personagens.
nada mais além da solidão e das mágoas que vão entupindo as artérias. um cheiro de rosas invade a relação de todos os 4. eles vivem para uma rosa que já morreu.
depois vem Desde que Otar Partiu, da julie bertucelli. Três gerações de mulheres que não acompanham o seu tempo. A mais velha crê e vive no presente. A mais nova não enxerga futuro. A outra não vive.
eu penso em filmes que me deixam tristes ao pensar neles.