À sombra das neuroses
Peregrinando de mar em mar
Em busca da onomatopéia cintilante
Apenas monossílabos pronunciei
Somente frio pude sentir
Encarcerada pelas asas da borboleta
que volta e meia voltava aqui
para cheirar o cangote da rosa
e sussurrar aos ouvidos do cravo
E nem mesmo a estrela vadia,
Aquela que evaporou do telhado
Só porque viu o sol brilhar,
Terminou de pintar com sua aquarela
Aqui, neste submundo desnutrido e torto,
Onde a cor e o perfume das adversidades
Deixam as bailarinas tontas
Até a erudição do bem-te-vi
Voou pela janela
Porque ele não traduziu o amor
e ninguém falará por ele.
(Pedi um poema à Manú. Recebi essas linhas, que são as favoritas dela e fiquei feliz por um instante eterno. A Manu, minha querida tatuzi Pagu, foi o grande achado... Ela, que tanto se parece comigo, guarda no fundo do olhar a nossa paixão pela vida e por tudo que ainda vamos conhecer. Dá vontade de pegar estrada e ir on the road... Temos guardado risos e lágrimas para as nossas futuras descobertas. Um beijo, não precisa dizer que tudo que fazes tem ressonância em mim. Janaína Tarsila Lobo)
domingo, agosto 07, 2005
sexta-feira, agosto 05, 2005
Indecisão
passei três dias escolhendo
o sol, escolhendo meu riso
entre as três borboletas que estão em mim
sou casulo até decidir
e se a estrada tem ramos
faz-se árvore e vivo
passeando em mim sem saber
opto por emudecer. quisera o silêncio - meu estimulante
falo enquanto ouço
silêncio meu em mim
árvore e vento
(publico este poema por algumas razões... eu procurava poemas para o zine e me deparei com esse. eu havia escrito exatamente no dia 28.10.2004, no verso da minha passagem para Recife. estava com os delírios do personagem Ulisses, de james joyce na cabeça. a razão de publicar no blog é, na verdade, sem razão aparente)
o sol, escolhendo meu riso
entre as três borboletas que estão em mim
sou casulo até decidir
e se a estrada tem ramos
faz-se árvore e vivo
passeando em mim sem saber
opto por emudecer. quisera o silêncio - meu estimulante
falo enquanto ouço
silêncio meu em mim
árvore e vento
(publico este poema por algumas razões... eu procurava poemas para o zine e me deparei com esse. eu havia escrito exatamente no dia 28.10.2004, no verso da minha passagem para Recife. estava com os delírios do personagem Ulisses, de james joyce na cabeça. a razão de publicar no blog é, na verdade, sem razão aparente)
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