quarta-feira, agosto 16, 2006

Sarabanda, Bergman

Desde que Otar Partiu, Julie Bertucelli

a cabeça sempre funciona muito mais do que deveria. ouvi essa frase e pensei na instantaneidade das imagens que surgiam enquanto escutava a frase. sempre páro e penso além da cota cedida pelos normais do circo flutuante. pensar já é um ato não-estéril e abre as possibilidades para outros pensamentos, como uma caixa que não possui fundo ou um grande edifício para o olhar de uma criança de 3 anos. - mas é tão alto!

nesses rápidos minutos eu penso que alguns aromas ou imagens me deixam tristes. ou poderiam não deixar, caso eu não estivesse pensando neles. pensar nos deixa sensivelmente ligados nos sentidos que o pensamento provoca.

antes, porém, eu achava que rosas tinham um perfume que me despertava a dor. ainda penso que rosas despertam dor pelo aroma que exalam, pois associo a imagem no pensamento com o cheiro que não preciso sentir para ficar triste.

não era sobre isso.

solidão e falta de perspectivas são temas que sempre penso, apesar de não ficar triste ao pensar. dois filmes não me saem da cabeça. Sarabanda, do bergman. apenas 4 personagens.

nada mais além da solidão e das mágoas que vão entupindo as artérias. um cheiro de rosas invade a relação de todos os 4. eles vivem para uma rosa que já morreu.

depois vem Desde que Otar Partiu, da julie bertucelli. Três gerações de mulheres que não acompanham o seu tempo. A mais velha crê e vive no presente. A mais nova não enxerga futuro. A outra não vive.

eu penso em filmes que me deixam tristes ao pensar neles.

12 comentários:

Anônimo disse...

é tudo ao mesmo tempo mesmo. outro dia eu tava na parada de ônibus, vendo aquele monte de carros passando, gente indo pra tudo que é lado e cada um com um objetivo e eu sentindo tudo isso ao mesmo tempo que imaginava o japão de cabeça pra baixo e talvez eu que estivesse assim, ou ao menos de lado sobre o planeta...

Anônimo disse...

quando recebi teu aviso de "volta ao blogue" via e-mail, acessei aqui e nada. acho que algum problema aqui. volto, e vejo novidades. felicidade me invade. gosto de tua "pena". aparece no msn, quando der. abraço!

Anônimo disse...

Nem preciso dizer que as palavras foram feitas pra ti. Fazes delas o que queres. E elas adoram!
Te amo pequena!

eSQCer disse...

Oi, Jana! Como tá aí tudo? Espero que c esteja bem! Estávamos falando de vc ontem (coincidência!): eu e caramello. Saudades... Li seu último texto: tb penso em dor qndo vejo rosas. Ah, vou tentar assistir esses filmes - gostei de seus resumos. Gostou de minhas últimas palavras?! Pô, valeu! A foto é minha. Adoro fotografia! Fica bem, viu, menina?!! Bjocas.

Anônimo disse...

no sarabanda são cinco personagens. tu esqueceu da filha doente mental da liv ullmann na cena mais bonita do filme.

Anônimo disse...

Segui seu rastro deixado no blog do Pedro Pan. Tudo aqui é muito bom.

Anônimo disse...

Janaína! Primeiramente obrigado pela visita e pelo comentário lá no "Coisas que Ninguém Deveria Ler". Agora deixe-me dizer que adorei aqui. Teu blog tem uma delicadeza, uma coisa difícil de definir, mas que eu apenas adorei. Fiquei muito interessado nos filmes, parecem bonitos. Pensar é o nosso ópio, e depois vira literatura. tudo é tranformação. pensar é bom né? Hmm.. beijo grande. Volto.

C G M disse...

humm, hunmm. tu volta e eu travo. q dança mais desencontrada...Bergman uma vez por ano, senão eu piro a batata ou morro

vou te imaginar sempre agora meio bege, por causa do blog :P

saudade muita

Anônimo disse...

, pensar gerando novos pensamentos. pensar com aromas, pensar com cores...

|beijos meus|

Anônimo disse...

... e o pensamento nos leva a lugares dolorosos e felizes! realmente, jana, os nossos pensamentos nos levam a lugares imprecisos, mas com sensações certas...
(amo-te)

i disse...

Sou apaixonado por Bergman! Achei que eu nunca teria acesso a Sarabande... você viu o documentário sobre a vida dele? Passou no Festival do Rio e na mostra de São Paulo, também.

Anônimo disse...

a sensação de se evaporar por si só...imagem e dor...compreendo!