sábado, janeiro 14, 2006

Recortes poéticos do não vivido...

Ao passante, cuja efemeridade se traduz no irreal
Car j’ignore où tu fuis, tu ne sais où je vais,
O toi que j’eusse aimée, ô toi qui le savais!
(Baudelaire)

Duas da tarde:
Exceto o sol
Sobre a tez
ouro
é cedo enquanto
o desejo evapora
hora, sem querer dizer
a deus
a(o)
meu mundo
fora de órbita

Ouvindo Jamie Cullum...
devia pedir que apagasse o cigarro
calasse minutos, outorgando pensamentos
porque eu nem saberia
dizer o quanto ainda a
existência resiste ao passar andarilho do relógio
(o óbvio era meu olhar confirmando o que tu dizias)


(pensando no sério almodóvar)

Há sempre o instante
Instável
Instantâneo
- prolongado,
Conta gota, cata-vento
retendo
o que não volta e lento
Se esvai...

(para quem acha que a morte é uma nascimento...)

O volume era tão alto que nem sabia quem eu olhava

A imagem da televisão gritando ainda era mais nítida que o transeunte,

Que nada dizia

Ia, apenas
Cambaleando pela rua da praia grande
(ele parecia ainda mais sério com os cabelos presos, pretos)
Mesmo assim ainda
tinha o semblante
ante a náusea de ver-me
desprezível moribundo

13 comentários:

Anônimo disse...

fico fascinado todas a s vezes que estou aqui. cerne trêmula é mesmo o filme mais sério do almodóvar. cullum é bom, estar aqui é sempre oásis

Anônimo disse...

oi. teu irmão me passou o endereço. gostei de falr com vc, desculpe o auê!!!! colombo não me passou o roteiro já pedi e essa semana trataremos disso. ao passante da pg e as lágrimas são címematográficas. benjamin é apaixonado pela nossa 7 arte
té mais

Anônimo disse...

quanta coisa ao mesmo tempo! isso é bom, pois tava passando aqui algumas vezes esperando uma nova publicação (pensei até em cobrar, rsrsrs). mas sei q não funciona assim. é a ansiedade de ver qual será o próximo... enfim, gostei demais do "duas da tarde", ficou muito bom colocar "a deus" separado, pq permite dois sentidos: um oral, outro escrito. o primeiro me parece ser "adeus", de despedida; o segundo, como já está escrito. viajei não né? [rsrsrsrs]

Anônimo disse...

, gostei do que vi e li por aqui.
"passar andarilho do relógio" e "A imagem da televisão gritando ainda era mais nítida que o transeunte" entre tanto. entre cantos. agradecido estou pela visita, volte e voe qndo desejar. voltarei tão bem.

|abraços meus|

Anônimo disse...

Quarta-feira. Quarta-feira. Quarta-feira.
Almodovar é um saco.
Quinta é aniversário do Eduardo (Julio).
beijo

Anônimo disse...

Nossa bem que o Fábio havia me dito. Verdade, só posso dizer, que é maravilhoso esse espaço. O blog em si com todo o conteúdo está de parabéns, mas os seu poemas em especial são foda!!!

Anônimo disse...

quinta eu que não fui.
e agora?
beijo.

Anônimo disse...

belos recortes. jazz apaixonante do james cullum. bem... inda preciso ver o sério almodóvar.
beijos.

Anônimo disse...

só os que estão acordados p isso que chamam de "Existir" cambaleiam pelas ruas da Praia Grande.

Anônimo disse...

Parabéns, e desculpa mesmo.

Anônimo disse...

ligeiramente atrasado, FELIZ ANIVERSSSÁAARIO!!! BEIJOS NESTA ALMA BULIÇOSA...

Anônimo disse...

...Que lindo jana!

Alexandra disse...

acabei da falar bem de vc...lá pelas bandas do godot...insônia que parece com esses olhos tão vivos. ô vizinha qd a gente conversa?