Música Incidental: Rosa Amarela
Poema meu, incidentalmente do Chacal
e nesses dias de carnaval
faço um cordão
enfeito a avenida
tu que vi
dros
lançados ao chão
faço caco-confete e
faço dança
e dos meus pés sangrando
sambo o carmesin
pinto o asfalto
sou ausência
nem faço falta
fim do jogo
sábado, setembro 24, 2005
quinta-feira, setembro 15, 2005
Part ida
Depois do ré bemol
A varinha de condão findou
Na corda ----- b a m b a
E eu senti[nela]
Uma noite inteira aos pedaços
A varinha de condão findou
Na corda ----- b a m b a
E eu senti[nela]
Uma noite inteira aos pedaços
sábado, setembro 10, 2005
Três noites de lua cheia de mim
Passou no espaço azul uma fugaz dança
(Eugenio Montale)
Já caminhava há umas três horas, dúvida no passo e cada passo resolvendo o consenso que nem queria chegar. Saudade das três horas andando, já havia parado só para chegar perto do consenso que não queria, enquanto caminhava não havia certeza, porque se caminhava é porque tinha dúvidas para onde ir. Descobri que não tomei a ambrosia, mas isso não impediu que a minha forma humana se consumasse. Pensei por três horas que o movimento das sereias era mais belo há três anos e ainda tive vontade de chorar porque nem sequer lembrava o que meu pai falava sobre as sereias, que eu achava que era o mesmo que cereais na manhã ensolarada. Já sei, hoje, três horas passadas, que a vida perto do equador é mais saudade. Não lembrei que a fragilidade pode ser disfarçada, recordei isso apenas três horas depois e já estava em casa, comendo os últimos três pedaços de chocolate e pensando no movimento das sereias/cereais na manhã com o sol do equador.
não bebi a ambrosia
S(em) saudade
Não sou eterna
Já sinto falta de mim
Depois, vi que escrevia apenas para matar saudade e terminar os últimos goles de vinho que descansavam na garrafa. Nem queria que o relógio anunciasse as três horas não dormidas da manhã ainda sem sol no equador. Descobri que viver no trópico aumenta a saudade que até três meses não conhecia. É entretenimento tentar desvendar em que Estado me encontro.
passo que traz saudade
não passa
na estrada dianteira
meu passatempo
Passa a tempo, bem ligeiro
Descobri nesses três últimos minutos que a razão está no silêncio e que infância não se acaba nas cantigas de roda; - e nem mesmo as nuvens são siglas que desejam ser decifradas. (Tu)do que é obscuro tende a ser clareado.
(quem vai ter coragem de ler tudo isso??? assino: janaina, meio blues)
(Eugenio Montale)
Já caminhava há umas três horas, dúvida no passo e cada passo resolvendo o consenso que nem queria chegar. Saudade das três horas andando, já havia parado só para chegar perto do consenso que não queria, enquanto caminhava não havia certeza, porque se caminhava é porque tinha dúvidas para onde ir. Descobri que não tomei a ambrosia, mas isso não impediu que a minha forma humana se consumasse. Pensei por três horas que o movimento das sereias era mais belo há três anos e ainda tive vontade de chorar porque nem sequer lembrava o que meu pai falava sobre as sereias, que eu achava que era o mesmo que cereais na manhã ensolarada. Já sei, hoje, três horas passadas, que a vida perto do equador é mais saudade. Não lembrei que a fragilidade pode ser disfarçada, recordei isso apenas três horas depois e já estava em casa, comendo os últimos três pedaços de chocolate e pensando no movimento das sereias/cereais na manhã com o sol do equador.
não bebi a ambrosia
S(em) saudade
Não sou eterna
Já sinto falta de mim
Depois, vi que escrevia apenas para matar saudade e terminar os últimos goles de vinho que descansavam na garrafa. Nem queria que o relógio anunciasse as três horas não dormidas da manhã ainda sem sol no equador. Descobri que viver no trópico aumenta a saudade que até três meses não conhecia. É entretenimento tentar desvendar em que Estado me encontro.
passo que traz saudade
não passa
na estrada dianteira
meu passatempo
Passa a tempo, bem ligeiro
Descobri nesses três últimos minutos que a razão está no silêncio e que infância não se acaba nas cantigas de roda; - e nem mesmo as nuvens são siglas que desejam ser decifradas. (Tu)do que é obscuro tende a ser clareado.
(quem vai ter coragem de ler tudo isso??? assino: janaina, meio blues)
quinta-feira, setembro 01, 2005
# Por dois dias #
Teço meu desejo
Por entre teu
::Sonho::
Seio descoberto
Incendiando tinta azul
Do meu canal
Fora do ar
sem comentários... um mar e o pé tateando a areia quente pelo sol! são as intruções para chorar, do cortázar!
Por entre teu
::Sonho::
Seio descoberto
Incendiando tinta azul
Do meu canal
Fora do ar
sem comentários... um mar e o pé tateando a areia quente pelo sol! são as intruções para chorar, do cortázar!
domingo, agosto 07, 2005
Tradução
À sombra das neuroses
Peregrinando de mar em mar
Em busca da onomatopéia cintilante
Apenas monossílabos pronunciei
Somente frio pude sentir
Encarcerada pelas asas da borboleta
que volta e meia voltava aqui
para cheirar o cangote da rosa
e sussurrar aos ouvidos do cravo
E nem mesmo a estrela vadia,
Aquela que evaporou do telhado
Só porque viu o sol brilhar,
Terminou de pintar com sua aquarela
Aqui, neste submundo desnutrido e torto,
Onde a cor e o perfume das adversidades
Deixam as bailarinas tontas
Até a erudição do bem-te-vi
Voou pela janela
Porque ele não traduziu o amor
e ninguém falará por ele.
(Pedi um poema à Manú. Recebi essas linhas, que são as favoritas dela e fiquei feliz por um instante eterno. A Manu, minha querida tatuzi Pagu, foi o grande achado... Ela, que tanto se parece comigo, guarda no fundo do olhar a nossa paixão pela vida e por tudo que ainda vamos conhecer. Dá vontade de pegar estrada e ir on the road... Temos guardado risos e lágrimas para as nossas futuras descobertas. Um beijo, não precisa dizer que tudo que fazes tem ressonância em mim. Janaína Tarsila Lobo)
Peregrinando de mar em mar
Em busca da onomatopéia cintilante
Apenas monossílabos pronunciei
Somente frio pude sentir
Encarcerada pelas asas da borboleta
que volta e meia voltava aqui
para cheirar o cangote da rosa
e sussurrar aos ouvidos do cravo
E nem mesmo a estrela vadia,
Aquela que evaporou do telhado
Só porque viu o sol brilhar,
Terminou de pintar com sua aquarela
Aqui, neste submundo desnutrido e torto,
Onde a cor e o perfume das adversidades
Deixam as bailarinas tontas
Até a erudição do bem-te-vi
Voou pela janela
Porque ele não traduziu o amor
e ninguém falará por ele.
(Pedi um poema à Manú. Recebi essas linhas, que são as favoritas dela e fiquei feliz por um instante eterno. A Manu, minha querida tatuzi Pagu, foi o grande achado... Ela, que tanto se parece comigo, guarda no fundo do olhar a nossa paixão pela vida e por tudo que ainda vamos conhecer. Dá vontade de pegar estrada e ir on the road... Temos guardado risos e lágrimas para as nossas futuras descobertas. Um beijo, não precisa dizer que tudo que fazes tem ressonância em mim. Janaína Tarsila Lobo)
sexta-feira, agosto 05, 2005
Indecisão
passei três dias escolhendo
o sol, escolhendo meu riso
entre as três borboletas que estão em mim
sou casulo até decidir
e se a estrada tem ramos
faz-se árvore e vivo
passeando em mim sem saber
opto por emudecer. quisera o silêncio - meu estimulante
falo enquanto ouço
silêncio meu em mim
árvore e vento
(publico este poema por algumas razões... eu procurava poemas para o zine e me deparei com esse. eu havia escrito exatamente no dia 28.10.2004, no verso da minha passagem para Recife. estava com os delírios do personagem Ulisses, de james joyce na cabeça. a razão de publicar no blog é, na verdade, sem razão aparente)
o sol, escolhendo meu riso
entre as três borboletas que estão em mim
sou casulo até decidir
e se a estrada tem ramos
faz-se árvore e vivo
passeando em mim sem saber
opto por emudecer. quisera o silêncio - meu estimulante
falo enquanto ouço
silêncio meu em mim
árvore e vento
(publico este poema por algumas razões... eu procurava poemas para o zine e me deparei com esse. eu havia escrito exatamente no dia 28.10.2004, no verso da minha passagem para Recife. estava com os delírios do personagem Ulisses, de james joyce na cabeça. a razão de publicar no blog é, na verdade, sem razão aparente)
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